CARACTERIZAÇÃO DA MARCHA BATIDA CLASSICA
Nas exposições oficiais de cavalos da
raça Mangalarga Marchador nota-se uma nítida preferencia pela marcha
batida excessivamente diagonalizada. Mas entre os usuários a
preferência é por animais macios, de marcha picada ou de marcha de
centro ( a legítima, e não a falsa, de conceito distorcido pelos
técnicos). Esta é a falta de lógica. Não se julga nas exposições uma
marcha em harmonia com a preferencia do mercado nacional e
internacional, e muito menos em sintonia com a definição no Padrão
Racial. Mais incompreensível ainda é a acomodação de criadores em
aceitar esta situação. Será que a maioria pensa, realmente, que esta
“marcha” de pista representa uma evolução? Se é assim, deveriam desejar
a fusão das duas raças: Mangalarga Marchador e Mangalarga. Além do
mesmo tipo de andamento, a genética também já é semelhante na maioria
dos plantéis de selecionadores, devido às infusões frequentes,
extra-oficiais, de animais da raça Mangalarga.
A essência da marcha pura, de valor zootécnico, é a dissociação nitidamente visual, o que implica na alternância no deslocamento dos membros, quebrando visualmente a associação dos bípedes diagonais, ou laterais, conforme seja a modalidade de marcha. Zootecnicamente, em se tratando de seleção de cavalos marchadores, quanto mais dissociados os membros se locomovem, de mais valor reveste-se a marcha, em termos de sustentação e dinâmica, pois os extremos indesejáveis do trote e da andadura estarão distantes.
Na verdade, a sustentação e dinâmica de um cavalo de marcha pura em nada difere de um cavalo ao passo, no qual o animal locomove cada membro independentemente, e não de forma associada, ora no par diagonal, ou ora no par lateral, dependendo da modalidade do andamento. Em cada ciclo do passo sempre ocorrem 4 apoios tripedais, 2 apoios duplos diagonais e 2 apoios duplos laterais. Esta é a mesma mecânica de locomoção da marcha autêntica, pura, completa. O passo é um andamento marchado de baixa velocidade. A marcha é um andamento de média velocidade. A melhor maneira de verificar a naturalidade da marcha é iniciá-la lentamente a partir do passo. Se o animal diagonalizar, estará mais próximo do trote. Se o animal lateralizar, estará mais próximo da andadura. Se o animal encartar a marcha continuando a deslocar cada membro a seu tempo, esta será a mais pura das marchas, indiscutivelmente centrada. Não há que discutir o óbvio. Papel de bobo faz quem acredita que o árbitro é capaz de visualizar tríplices apoios sem os recursos da cinemática e da informática. O que se consegue, a olho nu, é identificar a dissociação ( não em marchas diagonalizadas ). Constatada a dissociação, pressupõe-se a ocorrência dos desejaveis apoios tripedais.
Pesquisas ja comprovaram que o trote e as marchas diagonalizadas são geneticamente dominantes, ao contrario da andadura clássica, andadura desunida e marcha picada. Há também uma dominância da marcha batida sobre a marcha de centro. Contudo, as variações de dominâncias genéticas são minimizadas quando se compara a marcha de centro com suas sub-variedades, que podem ser chamadas de “marcha picada de centro” e “marcha batida de centro” ( a marcha batida que deveria ser a preferencial, que os criadores antigos chamariam hoje de “marcha batida clássica” ). Muitos confundem uma autentica marcha de centro como sendo marcha picada, dai a confusão de quem conceitua erroneamente a marcha picada como podendo apresentar tempos de apoios duplos diagonais um pouco maiores que os apoios duplos laterais.
Se a essência da marcha é representada pela nítida dissociação, esta qualidade é a mais importante de todas, até porque é o principal fator determinante da boa comodidade, pois resulta nos desejaveis triplices apoios sucessivos, de boa definição. Errados estão todos aqueles que defendem as marchas batidas excessivamente diagonalizadas com argumentos de propiciarem mlhor regularidade, mais rendimento, mais equilíbrio, impulsão. De que adianta se estas “marchas” perderam a essência que se traduz na nítida dissociação? Elas são como um perfume de marca, porem falsificado. Mas hoje muitas nem são como perfume de marca, pois não se pode confiar na genealogia...
Lúcio Sérgio de Andrade – Zootecnista, escritor, pesquisador, instrutor de cursos de julgamento, casqueamento corretivo, equitação e adestramentoa de cavalos de MTAD – Marcha de Triplices Apoios Definidos
A essência da marcha pura, de valor zootécnico, é a dissociação nitidamente visual, o que implica na alternância no deslocamento dos membros, quebrando visualmente a associação dos bípedes diagonais, ou laterais, conforme seja a modalidade de marcha. Zootecnicamente, em se tratando de seleção de cavalos marchadores, quanto mais dissociados os membros se locomovem, de mais valor reveste-se a marcha, em termos de sustentação e dinâmica, pois os extremos indesejáveis do trote e da andadura estarão distantes.
Na verdade, a sustentação e dinâmica de um cavalo de marcha pura em nada difere de um cavalo ao passo, no qual o animal locomove cada membro independentemente, e não de forma associada, ora no par diagonal, ou ora no par lateral, dependendo da modalidade do andamento. Em cada ciclo do passo sempre ocorrem 4 apoios tripedais, 2 apoios duplos diagonais e 2 apoios duplos laterais. Esta é a mesma mecânica de locomoção da marcha autêntica, pura, completa. O passo é um andamento marchado de baixa velocidade. A marcha é um andamento de média velocidade. A melhor maneira de verificar a naturalidade da marcha é iniciá-la lentamente a partir do passo. Se o animal diagonalizar, estará mais próximo do trote. Se o animal lateralizar, estará mais próximo da andadura. Se o animal encartar a marcha continuando a deslocar cada membro a seu tempo, esta será a mais pura das marchas, indiscutivelmente centrada. Não há que discutir o óbvio. Papel de bobo faz quem acredita que o árbitro é capaz de visualizar tríplices apoios sem os recursos da cinemática e da informática. O que se consegue, a olho nu, é identificar a dissociação ( não em marchas diagonalizadas ). Constatada a dissociação, pressupõe-se a ocorrência dos desejaveis apoios tripedais.
Pesquisas ja comprovaram que o trote e as marchas diagonalizadas são geneticamente dominantes, ao contrario da andadura clássica, andadura desunida e marcha picada. Há também uma dominância da marcha batida sobre a marcha de centro. Contudo, as variações de dominâncias genéticas são minimizadas quando se compara a marcha de centro com suas sub-variedades, que podem ser chamadas de “marcha picada de centro” e “marcha batida de centro” ( a marcha batida que deveria ser a preferencial, que os criadores antigos chamariam hoje de “marcha batida clássica” ). Muitos confundem uma autentica marcha de centro como sendo marcha picada, dai a confusão de quem conceitua erroneamente a marcha picada como podendo apresentar tempos de apoios duplos diagonais um pouco maiores que os apoios duplos laterais.
Se a essência da marcha é representada pela nítida dissociação, esta qualidade é a mais importante de todas, até porque é o principal fator determinante da boa comodidade, pois resulta nos desejaveis triplices apoios sucessivos, de boa definição. Errados estão todos aqueles que defendem as marchas batidas excessivamente diagonalizadas com argumentos de propiciarem mlhor regularidade, mais rendimento, mais equilíbrio, impulsão. De que adianta se estas “marchas” perderam a essência que se traduz na nítida dissociação? Elas são como um perfume de marca, porem falsificado. Mas hoje muitas nem são como perfume de marca, pois não se pode confiar na genealogia...
Lúcio Sérgio de Andrade – Zootecnista, escritor, pesquisador, instrutor de cursos de julgamento, casqueamento corretivo, equitação e adestramentoa de cavalos de MTAD – Marcha de Triplices Apoios Definidos
Como definir se o potro terá boa marcha?
ResponderExcluir