Yamaha Super Ténéré XT 1200Z
primeira vista, o enorme tanque de 23 litros, os 261 quilos e o assento a 87 cm do chão da Yamaha Super Ténéré XT 1200Z intimidam. Nas primeiras voltas tive a impressão que seria difícil domar essa gigante em estradas de terra, repletas de buracos onde o asfalto nem pensa em chegar. Mas a Super Ténéré não foi projetada para dar apenas uma "voltinha", e também não se deixa conhecer em poucos quilômetros. Afinal essa big-trail foi criada para encarar longas viagens, até onde sua disposição o levar. Por isso rodamos 1.400 km por rodovias de pavimento liso, estradas sinuosas de piso ruim e caminhos de terra.
De início, o motor de dois cilindros paralelos, 1.199 cm³ de capacidade, refrigeração líquida e duplo comando de válvulas (DOHC) mostra toda sua "agressividade". Um pouco barulhento, responde quase que instantaneamente a qualquer giro no acelerador, quase como um "soco" no estômago. Com sistema ride-by-wire e injeção eletrônica, é preciso se segurar ao guidão em acelerações mais impetuosas. Um verdadeiro cavalo "brabo".
NO ASFALTO
Conforme os giros crescem, a brutalidade diminui e a Super Ténéré roda tranquilamente a 120 km/h abaixo de 4.000 rpm. Demonstrando que muitos dos 110 cavalos de potência máxima ainda estão sonolentos e só vão "cavalgar" a 7.250 rpm. Resta também bastante força para ultrapassagens e acelerações -- afinal o torque máximo de 11,6 kgfm só chega a 6.000 rpm.
Mas o comportamento do bicilíndrico realmente surpreende. Tem bastante fôlego para altas velocidades, chegando com facilidade aos 180 km/h e com poucas vibrações -- exceto em marchas mais altas e giros mais baixos em retomadas, quando o propulsor vibra um pouco, mas nada que chegue a incomodar.
VASTA GAMA DE ACESSÓRIOS
A Yamaha XT1200Z Super Ténéré tem a disposição uma vasta gama de acessórios originais de fábrica. A Yamaha ainda vai disponibilizar diversos acessórios para a nova Super Ténéré. A lista vai de malas laterais, baú traseiro e bolsa de tanque, passando por protetores de farol, um protetor de motor em alumínio, até itens de conforto como aquecedores de manopla, capa de tanque e banco mais baixo. Confira abaixo os itens e preços sugeridos dos acessórios originais para a Yamaha Super Ténéré:
Caixa superior 30L - R$ 1.955,96
Mala interna da caixa superior - R$ 261,43
Kit do suporte das caixas laterais - R$ 947,12
Caixa lateral direita 32L - R$ 1.582,73
Caixa lateral esquerda 32L - R$ 1.582,73
Mala interna da caixa lateral - R$ 252,77
Mala para tanque - R$ 855,72
Protetor do motor - R$ 1.258
Kit farol de neblina - R$ 1.365
Parabrisa alto - R$ 835
Kit defletor de vento - R$ 454,22
Kit protetor do farol dianteiro - R$ 409,77
Protetor de tanque - R$ 80,24
Placa protetora do motor - R$ 835,17
Conjunto de piscas em LED (preto) - R$ 240,43
Conjunto de piscas em LED (cromado) - R$ 240,43
Conjunto de piscas em LED (carbono) - R$ 240,43
Selim central completo (black / silver grey) - R$ 1.131,07
Kit manopla térmica - R$ 1.370,83
Para respostas mais suaves, acionei o modo de pilotagem "Touring". Nos primeiros 300 km, escolhi a tocada mais relaxada. Para que o botão no punho direito faça a mudança é preciso fechar o acelerador. Depois, já em uma estrada de mão dupla e sinuosa, onde é necessário rapidez para ultrapassagens, escolhi o modo "Sport". O mesmo ímpeto nas arrancadas apareceu novamente.
O consumo no primeiro trecho da viagem foi de pouco mais de 17 litros, bom para uma motocicleta deste porte e tamanho. E melhor ainda para sua proposta: afinal a autonomia chegaria teoricamente aos 400 km, já que o tanque tem 23 litros de capacidade.
Descobri uma das "falhas" do computador de bordo no painel digital: não informa a autonomia e nem a marcha engatada. Por outro lado destaca o consumo instantâneo, médio; temperatura do ar e conta até com um relógio. Além de dois hodômetros parciais, a indicação do modo de pilotagem, o controle de tração, nível de combustível, e claro, a velocidade. Ao lado um conta-giros analógico. Completo e de fácil leitura, o painel peca ainda por não ter comandos nos punhos: para navegar é preciso pressionar um dos botões no próprio instrumento.
Mas nesta longa jornada, tive todo o tempo do mundo e também o conforto para procurar cada um desses "defeitos". Confortavelmente "montado" na big-trail. Posso também elogiar a boa ergonomia e a posição de pilotagem ereta e natural -- em minha opinião, todas as motos big-trails, como a Super Ténéré, oferecem o conforto ideal para uma viagem de muitos quilômetros.
O largo banco tem espuma abundante e me permitiu tocar os primeiros 300 km sem cansar. Aqui vai outro ponto positivo. Apesar de amplo, o banco tem a parte dianteira estreita e permite apoiar sem muita dificuldade um dos dois pés no chão. Regulável em duas alturas (845 – 870 mm), adapta-se a maioria dos biótipos.
O parabrisa garantiu a proteção do vento na medida para mim (tenho 1,71 m de altura), porém somente na posição mais alta -- para ajustar "basta" tirar quatro parafusos. Para pilotos mais altos, a Yamaha ainda oferece uma bolha maior, como opcional.
Ao final da primeira perna da aventura, 650 km por asfalto, conclui que a nova Yamaha Super Ténéré tem bom desempenho para rodovias retas e se sai bem em trechos sinuosos -- sem mostrar instabilidade no trem dianteiro mesmo em altas velocidades. Seu motor não vibra muito e o consumo está dentro do esperado.
NA TERRA
O dia seguinte reservava o verdadeiro desafio da Super Ténéré 1200. Herdeira das motocicletas Yamaha vencedoras do Rally Paris-Dakar, a nova big-trail japonesa fez subir a adrenalina dos apaixonados por aventura quando apareceu nos vídeos promocionais enfrentando as areais do deserto, estradas de cascalho e até mesmo trilhas esburacadas. Com um trecho de 100 km de terra pela frente, chegava a hora de conferir se a nova Super Ténéré fazia jus ao seu sobrenome famoso.
Logo nos primeiros quilômetros uma estrada cheia de pedras grandes e muitos buracos. Impressionantemente, apesar de seu grande porte, essa Yamaha enfrentou com braveza os obstáculos. Muito em função da excelente distribuição de peso (50,5% no eixo dianteiro) e do baixo centro de gravidade -- em função do motor compacto que concentra o peso bem embaixo da moto. Nessa situação, o quadro tipo espinha dorsal e o conjunto de suspensões absorveram com maestria as imperfeições do terreno. Foi possível rodar em baixa velocidade, graças ao grande torque do motor e superar a "buraqueira".
Os quilômetros seguintes reservavam mais emoção. Cascalho solto e muito trabalho para o controle de tração. Com todo o torque na roda traseira transmitido por meio de um eixo-cardã, o sistema no nível um -- acionado com a moto parada e por meio de um botão do lado esquerdo do painel -- tenta evitar as derrapagens a todo o momento, sendo muito intrusivo. Já no segundo nível a Super Ténéré se sentiu em casa. É possível ainda desligar completamente o sistema. As suspensões -- telescópica invertida na dianteira e balança monoamortecida na traseira -- também ignoravam os ressaltos na estrada de terra.
FICHA TÉCNICA: Yamaha XT1200Z Super Ténéré
Motor: Dois cilindros paralelos, DOHC, 1.199 cm³, refrigeração líquida, 4 válvulas.
Potência máxima: 110 cv a 7.250 rpm
Torque máximo: 11,6 kgf.m a 6.000 rpm.
Câmbio: Manual, seis velocidades, com transmissão final por eixo cardã.
Suspensão: Dianteira com garfo telescópico invertido, com 190 mm de curso. Traseira monoamortecida, com 190 mm de curso.
Freios: Dianteiro com dois discos em forma de margarida com 310 mm de diâmetro. Traseiro a disco simples margarida de 282 mm de diâmetro.
Pneus: 110/80 R19 (dianteiro)/ 150/70 R17 (traseiro).
Dimensões: 2.250 mm (comprimento); 1.410 mm (altura); 980 mm (largura); 1.540 mm (entre-eixos).
Capacidade do tanque: 23 litros.
Peso: 261 kg (em ordem de marcha).
Até me surpreendi com as derrapagens controladas que fui capaz de fazer. Em curvas, bastava dar a mão e pressionar a pedaleira externa para que a Super Ténéré compensasse a falta de aderência e seguisse a trajetória desejada. Oriundo das motos de Moto GP, o sistema de controle de tração merece nota dez. Seu funcionamento foi impecável.
Aqui outro detalhe importante: a ergonomia do guidão e do tanque para se pilotar em pé é excelente. Contribui ainda a pedaleira que, conforme o piloto se levanta, a borracha que a protege se comprime, facilitando o apoio dos pés e também o acesso ao pedal de câmbio e freio.
Gostei também do sistema de freios ABS unificados. Ao pressionar o manete de freio dianteiro, o disco traseiro também é acionado, levando conta a força aplicada e o peso da moto. O dispositivo antitravamento (ABS) também funcionou muito bem, até mesmo na terra. Os mais radicais e puristas ainda podem reclamar que não é possível desligá-lo, mas nas situações que enfrentei, não encontrei essa necessidade (ainda bem!).
Com as muitas derrapadas e em função do caminho irregular, nessa condição o motor foi bem mais "beberrão". O consumo médio ficou em torno de 8 km/litro nos 92 km percorridos no fora de estrada.
CONCLUSÃO
Com mais 650 km de asfalto pela frente, ainda tinha mais tempo para avaliar a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré, aposta da fábrica japonesa para ganhar mercado no crescente segmento de motos big-trail.
Mas já era possível constatar que a Super Ténéré 2011 faz sim jus a sua origem nos ralis africanos. Com um conjunto bastante robusto, suspensões prontas para encarar qualquer tipo de piso, motor vigoroso e uma posição de pilotagem confortável, a XT 1200Z é aquele tipo de motocicleta que basta você escolher o destino e partir... sem se preocupar com as condições da estrada ou os caminhos a serem percorridos. Estradas com cascalhos na Patagônia? Aposto que ela supera. Caminhos de terra que mais parecem um enduro parque? A nova Ténéré está pronta para isso. Ou simplesmente enfrentar as esburacadas rodovias brasileiras.
Acompanhada de um pacote tecnológico moderno e eficiente, a XT 1200Z Super Ténéré demonstrou qualidade para enfrentar sua principal concorrente, a alemã BMW R 1200 GS, líder de vendas em todo o mundo e há 30 anos pelas piores estradas. Os consumidores e este que vos escreve aguardam uma disputa cara a cara entre essas duas gigantes.
Cotada a R$ 59.800, já equipada com freios ABS, controle de tração, protetores de mão e motor, a XT1200Z Super Ténéré honra com louvor as lendárias Yamaha que cruzavam o temido deserto do Ténéré no Saara africano na década de 80 e 90. (por Arthur Caldeira)
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Tamanho da letralabelstrueYamaha XT1200Z enfrenta qualquer terreno e faz jus ao sobrenome Super Ténéré 04/05/2011 Motos - Da Redação false UOL Carros 1 @UOLCarros #UOL CompartilheImprimirComunicar erro
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