A laminite em equinos




O relato mais antigo de laminite foi feito por Aristóteles por volta de 350 a.C., quando a denominou “Doença da Cevada”.  A laminite é uma doença que há muitos séculos vem acometendo os equinos, causando perdas econômicas aos criadores e treinadores. Nos Estados Unidos, aproximadamente 75% dos equinos com laminite não retornam para a atividade atlética; desses, a maioria é submetida à eutanásia devido à rotação e/ou deslocamento da falange distal, resultante da separação das lâminas dérmicas e epidérmicas (Hunt, 1993). Estima-se que 15% dos equinos apresentem laminite ao longo da vida e 75% desses animais desenvolvem claudicação crônica ou severa necessitando, na maioria das vezes, de eutanásia.
Apesar dos avanços no entendimento da fisiopatogenia da laminite equina, diversos animais ainda apresentam os sintomas deste problema, considerado uma das principais causas de claudicação (Moore et al., 1989). A laminite manifesta-se por uma diminuição na perfusão capilar no interior da pata, provocando alterações nos sistemas renal e endócrino, no equilíbrio hidroeletrolítico e na coagulação sanguínea.
Os sintomas causados pela laminite podem ser locais e generalizados, entre eles: elevação da temperatura, da respiração e do pulso, espasmos e sudorese devido à dor intensa, falta de movimentação, inquietação e nervosismo dos animais.
Normalmente, a ocorrência de laminite é secundária à outras alterações, os fatores predisponentes que levam ao desenvolvimento da laminite são inúmeros e variados, entre eles podem ser citados: doenças agudas do trato gastro intestinal, ingestão de água fria após exercício, infecções sistêmicas como endometrite (retenção de placenta), salmonelose e colite, traumas ou exercícios físicos excessivos em animais não condicionados e doenças seguidas por quadros endotoxêmicos (Moore et al., 1989).
Entretanto, riscos altos de laminite e cólica foram associados com uma sobrecarga abrupta de carboidratos não-estruturais. Estes riscos foram atribuídos a carboidratos hidrolisáveis presente em concentrados a base de grãos, bem como a carboidratos altamente fermentáveis encontrados em pastos viçosos (Frape, 2008).
Os equinos devem ser gradualmente adaptados às novas dietas, em qualquer ocasião, principalmente quando a nova dieta apresentar quantidades elevadas destes alimentos, para que a população microbiana do intestino grosso se adapte.
A administração de alta dose de carboidratos promove a absorção intestinal de endotoxinas e/ou ácido láctico, causando lesões vasculares no casco (Eades et al., 2006). Lesões da mucosa intestinal aumentam sua permeabilidade, permitindo absorção de endotoxinas e, conseqüentemente, choque endotoxêmico e/ou séptico (Garner et al., 1975; Weiss et al., 1997).






De acordo com Frape (2008) em relação ao risco de laminite, os alimentos seguros incluem:

  • Feno de boa qualidade;
  • Palha de cereal;
  • Aveia;
  • Casca de soja;
  • Óleo vegetal.

Já os alimentos aceitáveis, porém, que devem ser fornecidos em quantidades restritas são:

  • Alfafa seca e péletes de capim;
  • Melaço;
  • Farelo de trigo;
  • Polpa de beterraba açucareira.
 Por Paula Gomes Rodrigues

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