DEFEITOS DE APRUMOS – EMBOLETAMENTO
As
irregularidades de aprumos são defeitos de conformação, de origem
variada, com base em fatores que atuam de forma independente ou
integrada: fatores genéticos, deficiência nutricional do feto, sistema
intensivo de criação, casqueamento mal conduzido, excesso de esforço
físico e tipo inadequado de terreno no qual o animal é exercitado.
Infelizmente,
a pressão de seleção para aprumos ainda é muito fraca nas raças de
cavalos de marcha. Garanhões portadores de deficiências de aprumos são
repetidamente acasalados com éguas também portadoras de irregularidades
nos aprumos. Alguns fatores não genéicos que contribuem para o
desenvolvimento de defeitos de aprumos:
Nutrição
- A má nutrição das éguas gestantes, em especial durante o terço final
do periodo gestacional, ainda é prática usual de manejo em muitos
haras.
Criação em baias
- O confinamento completo de potros e potras abaixo dos 12 meses, seja
sem motivo algum, seja visando o preparo para exposições e leilões, é
uma falha de manejo que vem contribuindo para o desenvolvimento vários
tipos de desvios de aprumos.
Casqueamento incorreto -
A prática do casqueamento, seja de manutenção ou corretivo, geralmente
não é praticada por especialistas, provocando defeitos na conformação
dos cascos, desbalanceamento, médio-lateral ou ântero-posterior.
Condicionamento fisico inadequado
- Na ânsia de alcançar um maior desenvolvimento da musculatura, os
treinadores excedem nos exercícios, alcançando os limites da capacidade
física dos animais jovens, nos quais a estrutura óssea ainda não
atingiu a maturidade.
Tipo de terreno para o treinamento
- O mais inadequado é o piso de areia fofa, muito comum em redondéis
utilizados para a guia. O próprio redondel, que força o animal a se
locomover em círculos, sobrecarregando tendóes, ligamentos e
articulações, é desaconselhavel para marchadores de M.T.A.D. – Marcha
de Tríplices Apoios Definidos. O correto é utilizar um “ovalel”,
medindo em torno de 18 a 20m de comprimento 12 a 14m de largura.
O defeito de
aprumos denominado de emboletamento é um dos mais frequentes a serem
desenvolvidos, pois raramente o potrinho (a) nasce emboletado. Este
defeito é caracterizado pelo deslocamento adiante do boleto, resultando
em traumas aos tendões, ligamentos e até mesmo na estrutura óssea. Se a
quartela é curta e/ou fincada, o defeito será ainda mais grave.
emboletamento do membro anterior esquerdo
O
emboletamento é mais prevalente em potros e potras que apresentam uma
taxa de crescimento mais rápida, notamente na faixa etária entre 12 a
24 meses de idade. Geralmente, os membros posteriores crescem mais
rápido, posicionando-se mais atrasados, o que se denomina de acampar.
Este tipo de posicionamento força a verticalidade das quartelas e,
consequentemente, o emboletamento.
A correção
do defeito de emboletamento é muito dificil. A recomendação é o
descanso, mantendo o animal em um piquete de terreno plano e regular. O
confinamento é contra-indicado, podendo agravar o defeito.
Na seleção,
Registro Genealógico e nos julgamentos, o emboletamento é um defeito
que merece atenção especial, e a devida penalização, até mesmo para o
bem estar do próprio animal, que deveria ser mantido em descanso e
tratamento para recuperação.
*Lúcio
Sérgio de Andrade – Zootecnista, escritor, árbitro de equideos
marchadores, Pedidos de livros e DVD’s através da LOJA VIRTUAL DO
CAVALO DE MARCHA, hospedada no site www.equicenterpublicacoes.com.br, onde também oferecidos cursos online e equipamento para doma e treinamento de cavalos marchadores.
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