Embarcando Cavalos
Lendo a revistra Horse edição 39, que questiona qual o
melhor veiculo para o transporte de cavalos, e de tanto ver cavalos
sofrerem maus tratos na hora de embarques, suscitou-me a ideia de
comentar os métodos que conheço de embarque racional ou embarque sem
trauma em carrocinhas de engates. Os métodos servem para cavalos que
nunca entraram em trailer, com problemas de embarques, ou cavalos não
domados.
Métodos
- Monty Roberts
- Luiz Forli Neto
- Universidade do Cavalo
- Cavaleiro embarcado
- Cavaleiro montado.
1. Técnica de Monty Roberts.
O norte americano Monte Roberts, como os demais
métodos, utiliza-se de proporcionar desconforto ao animal quando este
refuga a aproximação da carrocinha. Utiliza um cabresto especial,
(patenteado) quando puxado faz pressão e o cavalo sente, quando folgado
alivia a pressão. Monty utiliza esta técnica a mais de 50 anos.
Ele trabalha ao lado esquerdo, próximo à cabeça do
animal, utiliza um cabresto longo. A técnica consiste em puxar o animal
em direção à entrada da carroça, segurando no cabresto de 80 cm a 1
metro de distancia do queixo do cavalo. Quando o cavalo para, recusando
seguir avante, ele castiga o animal empurrando-o para traz, de
recuo, duas a quatro vezes a distância que o cavalo tenha ido para
frente. Deste modo o animal, entende que o problema existente é ir para
traz. Para frente é mais confortável. Monty Roberts pratica este
movimento sem fitar os olhos do cavalo, olha sempre da cernelha para
garupa, e não dá descanso ao animal. O detalhe desta ação: assim que o
cavalo recusar ir para frente, empurra-lo para traz incontinenti e
voltar a puxar para entrada da carrocinha. Não se utiliza de chicote,
vara ou outro qualquer tipo de junco.
2. Técnica de Luiz Forli Neto.
Difere bastante do método de Monty Roberts.
Utiliza-se de uma vara fina, de 1.20 m mais ou menos (que pode também
ser um chicote rígido ou uma fina vara de pescar). Posição junto ao
cavalo semelhante técnica de M. R. Ao tentar se aproximar do trailer e
quando cavalo refugar, realizar pressão com a vara tocando leve e
repetidamente na garupa dele até ele der um passo em direção a carroça
de embarque, quando ele mostrar sinal de avançar, parar imediatamente a
pressão (os toques na garupa). Demorar mais ou menos 15 segundos até
ele entender que foi recompensado em ir avante. Nesse momento
acariciar e falar amabilidades. Como os demais métodos de embarque
racional, o principio é proporcionar desconforto em quanto o animal
empacar (toques na garupa) e parar esses toques assim que o animal
avançar em direção à entrada da carroça. Ao se aproximar da rampa, o
cavalo vai abaixar o pescoço cheirar e estudar a carroça. “Este ato é o
sinal do fim de sua resistência, pois é o primeiro sinal de sua
disposição de transferir o peso de traz para diante, condição
necessária para ele dispor o seu equilíbrio no sentido do movimento
para diante”. O embarcador nesse momento deve aliviar a pressão, voltar
após alguns segundos a pressionar. O cavalo vai colocar uma perna...
Entre com ele. Lá permaneça junto pelo menos 6 minutos. Sair e tentar
novamente. Método infalível. Pode demorar até duas horas a primeira
entrada, mais as subsequentes não demoram mais que alguns segundos.
Técnica de Luiz Forli Neto.
3. Técnica da Universidade do Cavalo por Aluísio Marins.
Aluisio Marins tem uma técnica parecida com a de Luiz
Forli. Utiliza uma guia e um chicote (vara 1.20 m) com bandeirinhas na
extremidade.
Primeira parte. Simula com o potro situações de passagens por obstáculos apertados. Como algo no chão que aparente um corredor.
Segunda parte. Rode na guia, faça com que o potro faça círculos, passando entre você e a rampa da carroça. Utilize-se da vara com sacos plásticos cortados em tiras e amarrados na extremidade. Faça pressão, cada vez mais perto da rampa.
Terceira parte. Já realizando círculos bem próximos a ao trailer, quando o animal parar em frente à rampa, o deixar descansar alguns segundos olhando para a rampa. Deixar cheirar e estudar o trailer.
Quarta parte. Após realizar vários círculos com o animal, sempre entre o embarcador e a rampa, realizar pressão e desconforto com a vara com as bandeirinhas em qualquer direção que não seja à entrada do trailer. Aja com paciência e perseverança. O cavalo tem que entender que a única situação confortável é seguir para a rampa. Em outra qualquer direção ele vai ser perturbado com a vara abarrotada de bandeirinhas. Marins não chega bater com a vara, utiliza somente para espantar.
Primeira parte. Simula com o potro situações de passagens por obstáculos apertados. Como algo no chão que aparente um corredor.
Segunda parte. Rode na guia, faça com que o potro faça círculos, passando entre você e a rampa da carroça. Utilize-se da vara com sacos plásticos cortados em tiras e amarrados na extremidade. Faça pressão, cada vez mais perto da rampa.
Terceira parte. Já realizando círculos bem próximos a ao trailer, quando o animal parar em frente à rampa, o deixar descansar alguns segundos olhando para a rampa. Deixar cheirar e estudar o trailer.
Quarta parte. Após realizar vários círculos com o animal, sempre entre o embarcador e a rampa, realizar pressão e desconforto com a vara com as bandeirinhas em qualquer direção que não seja à entrada do trailer. Aja com paciência e perseverança. O cavalo tem que entender que a única situação confortável é seguir para a rampa. Em outra qualquer direção ele vai ser perturbado com a vara abarrotada de bandeirinhas. Marins não chega bater com a vara, utiliza somente para espantar.
4. Técnica: cavaleiro embarcado.
O embarcador dentro do trailer, com uma guia longa,
fica puxando o cavalo em sua direção. A pressão é proporcionada pela
guia. O cavalo tende a fugir (recuar) aí, é aliviada a guia. Volta-se a
puxar, o cavalo tende a levantar a cabeça para aliviar o desconforto, o
embarcador mantem pressão na guia, o cavalo para aliviar esta pressão
dar um passo a frente. É-lhe dado algum tempo, ele vai entendendo que o
conforto é deixar ser puxado em direção ao trailer. Acontece, após
varias tentativas, de ele terminar entrando no trailer.
5. Técnica: cavaleiro montado. (com ou sem sela)
Esta técnica é mais utilizada para cavalo domado.
Cavaleiro montado se dirige a rampa, o cavalo tende a refugar, fugir e
escapar, com ajuda de comandos de sela, o cavaleiro faz pressão,
(ajudas naturais: rédeas, peso do corpo, assento, coxas, pernas e até
esporas, pela ordem e necessidade) deixando livre através de rédeas,
somente a abertura da frente. Com uso do chicote tocando na garupa e a
ajuda de comando de sela ele só tem a frente para seguir. Tem que ter
calma e paciência. Quando o cavalo refugar ou tentar escapar, o
cavaleiro tem que corrigir imediatamente a direção indicada
utilizando-se das ajudas naturais. (rédea para indicar a direção e
pernas para empurrar para diante). Agora, em cada ação, tem que dar
tempo ao cavalo entender o que você estar querendo. É através das
ajudas naturais que o cavaleiro obtém total obediência ou parceria do
seu cavalo. Na grande maioria do entendimento cavalo e cavaleiro advém
das ajudas naturais. Caso o cavalo empine, aliviar prontamente as
rédeas e fazer pressão de pernas. Neste caso, ato contínuo, utilizar
castigo mais severo. Finalmente, para treinamento de embarque montado
ou equitação de uma forma geral, são as mãos em harmonia com as ações
do corpo que determinam os comandos gerais de embarcar, montar, saltar,
cavalgar...
Técnica: cavaleiro montado.
Os métodos citados e testados por mim têm em comum os seguintes aspectos.
- Aquisição da confiança do cavalo, abordagem com total tranquilidade e paciência.
- Os métodos não utilizam nenhum tipo de maus tratos como chicoteadas. A primeira vez de um cavalo embarcado nos métodos mencionados apresentou duração de tempos distintos, variando muito com o temperamento dos animais. Já as seguintes tentativas de cada animal aconteceram imediatamente ou quase.
- Os procedimentos de tentativas de embarques provocam desconfortos e recompensa aos animais. Pressão>alivio>paciência.
- Todas as práticas levam certo grau de estresse aos equinos.
- Pressão unicamente do embarcador.
- Toda tentativa do cavalo de aproximar da carroça de embarque é imediatamente recompensado com carinhos e palavras de elogio. Quando se recusa lhe é proporcionado algum tipo de desconforto. Nunca bater.
Considerações finais.
Embarcar um cavalo pela primeira vez é sim uma
aporrinhação e também um risco a segurança. Deve-se ter calma e muita
paciência para que o cavalo compreenda o que queremos dele.
Tranquilidade do cavaleiro para que sua calma possa contagiar o cavalo.
Sempre que o cavalo demonstrar qualquer sinal de obediência, deve-se
recompensa-lo imediatamente. Cuidado: algumas pessoas inverte esta
ordem; fazem carinhos quando o cavalo refuga. Erro gravíssimo de
habilidade equestre. Em todo processo de treinamento do cavalo é
“importante faze-lo compreender o que queremos dele, depois faze-lo
aceitar e por último partilhar com ele a nossa própria vontade”.
(Coelho). Treinar sempre o embarque e desembarque, nunca deixar para
última hora o treinamento.
“Cavalos têm medo de passar por cima de qualquer
coisa: Há que levar o cavalo, a passo, bem de frente, em direção àquilo
que se pretende ultrapassar e chegando aí, sem o deixar fugir para um
ou outro lado, ir empurrando e exigindo o movimento para diante.” Nuno
Coelho Vicente.
“Aquele que bate ou
trata com violência um cavalo que tem medo, é tão ignorante quanto um
pai que bate no filho pequeno que tem medo do escuro.”
“A dureza e a força são apanágios dos medíocres que jamais serão verdadeiros.” Coelho.
Fontes: Navegação na internet
Apontamentos equestres - primeira edição - Nuno Coelho Vicente.
Experiências de minha vida com cavalos.
Mozart Brandao Barros é professor de educação física, usuário e amante de cavalos.
Maceió – Al.
mozartbb@gmail.com
Apontamentos equestres - primeira edição - Nuno Coelho Vicente.
Experiências de minha vida com cavalos.
Mozart Brandao Barros é professor de educação física, usuário e amante de cavalos.
Maceió – Al.
mozartbb@gmail.com
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