Dudu
Hollanda defende regulação da vaquejada em todo o Estado, para conferir
mais segurança à atividade que também fortalece a cultura nordestina
A Assembleia Legislativa de Alagoas aprovou, durante a
sessão plenária dessa quarta-feira (26), projeto de lei de autoria do
deputado estadual Dudu Hollanda (PSD) e que busca regular a realização
de rodeios e vaquejadas em todo o Estado, a fim de que os adeptos do
esporte possam ofertar mais segurança em eventos do tipo, com a presença
e fiscalização de um médico veterinário, além da prévia comunicação
(com antecedência mínima de sete dias) aos órgãos competentes, como a
Vigilância Sanitária. O objetivo, segundo o parlamentar, é fortalecer o
processo de profissionalização da festa genuinamente brasileira, cuja
tradição já ultrapassou os 100 anos.
“São mais de mil vaquejadas realizadas anualmente no
país, o que reforça a importância de nossa proposição. Segundo a
Associação Brasileira de Vaquejada, tem-se uma média de dezenove eventos
por semana, com dezenas deles reunindo premiação superior a cem mil
reais, fazendo circular cerca de meio bilhão de reais por ano e gerando
cerca de cem mil empregos diretos, além de outros quinhentos mil
indiretos”, destaca Dudu Hollanda, lembrando ainda que a aprovação se
deu de forma unânime.
O projeto de autoria do deputado estadual também traz
números relativos ao mercado de cavalos, bem como à maneira com a qual
os animais são tratados. “São aproximadamente seis milhões de pessoas
que frequentam vaquejadas no Brasil, sendo que este público é o maior
consumidor de cavalo da raça Quarto de Milha, a mais usada nestes
eventos, em todo o país”, reforça o também 4º secretário da Mesa
Diretora da Assembleia Legislativa.
Tais cavalos, explica Dudu, são comercializados por
centenas de milhares de reais, recebendo, por isso, um tratamento mais
que especial. Apaixonado pelo esporte, o parlamentar lembra ainda que o
mesmo privilégio também é dispensado aos bois utilizados numa vaquejada.
“Todos eles também devem ser muito bem tratados. Daí surge a
necessidade de um acompanhamento por profissional especializado, já que a
boiada precisa estar saudável para depois seguir aos frigoríficos e nos
servir de alimento”, explica Dudu, reportando-se ainda à série de
regras que circundam a atividade.
“As normas proíbem o uso de qualquer instrumento que
possa ferir os animais. Portanto, com a regularização do esporte,
buscamos fazer com que tais regras prevaleçam em todos os eventos dessa
natureza”, salienta Dudu Hollanda, que lembra ainda a necessidade da
presença de ambulância e clínico geral, garantindo que o boi não é
maltratado ao cair na pista de vaquejada, ‘assim como ocorre nos
rodeios, que surgiram ainda no velho oeste da América do Norte’.
“O impacto da queda é amortecido, já que a pista é
forrada com, no mínimo, 50 cm de areia. Vale lembrar ainda que o
vaqueiro também pode cair nesta mesma pista, e que cada boi só corre uma
única vez, a fim de não desgastá-lo”, esclarece o deputado, citando a
importância da criação da Lei Pelé, que resultou no reconhecimento da
vaquejada como esporte, além da lei – em vigor desde abril de 2001 – que
equiparou o peão de boiadeiro à atleta profissional.
Na vaquejada – um dos esportes mais populares da
região Nordeste –, o objetivo da disputa é alinhar o boi no local
demarcado na arena por duas faixas, que estão a 10 metros uma da outra,
entre as quais dois vaqueiros a cavalo devem derrubar um boi, puxando-o
pelo rabo. As duplas se dividem entre puxador, que tem a função de
alinhar o boi pelo rabo, e bate-esteira, que faz o serviço de apoio,
alinhando o boi na pista e muitas vezes impedindo que o mesmo caia fora
da área demarcada.
Créditos Fotos: Bruno Soriano / Arquivo pessoal Dudu Holanda
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