ALIMENTAÇÃO DOS EQÜINOS NECESSIDADES BÁSICAS
Em primeiro lugar é necessário ressaltar que o cavalo é um animal Herbívoro, isto é, se alimenta fundamentalmente de forrageiras. Portanto, em sua dieta habitual, é necessário o fornecimento de volumoso (capim, feno ou silagem). Para alimentação adequada do cavalo, devemos respeitar sua natureza, suprindo suas necessidades básicas, que são:
v VOLUMOSO: Feno, Capim fresco ou Silagem de qualidade:
Ø Feno: é a forma desidratada do capim, isto é, o capim com apenas 10-20% de água. Deve ser feito de capim de qualidade (Coast-cross, tífton, alfafa, etc.) e fenado no ponto certo, nem muito seco, nem muito úmido. Quando o capim é fenado além do ponto correto de corte, pode ficar muito fibroso, o que pode causar cólica nos cavalos. Se for cortado no ponto certo e deixado secar em demasia, fica muito fibroso, também podendo causar cólica nos animais. Se for cortado no ponto certo, mas deixado secar pouco, sendo enfardado úmido, pode ocorrer o aparecimento de fungos que podem causar problemas nos animais. Desde que feito da forma correta e bem armazenado, é um excelente alimento para os cavalos.
Ø Capim: este pode ser fornecido sob a forma de pastagens ou suplementado no cocho, picado. Quando oferecido no cocho picado, deve-se atentar para a qualidade deste capim. Os mais utilizados sob esta forma são os capins elefantes (napier, colonião, etc.). O manejo das capineiras deve ser muito bem feito para que o aproveitamento pelo cavalo seja o melhor possível. É muito comum o corte destes capins com altura superior a dois metros e meio (às vezes até quatro metros) de altura. Porém, quando é cortado com altura superior a dois metros e meio, ocorre uma perda considerável da qualidade, devido à baixa digestibilidade de seu talo. O ideal é cortá-lo entre um metro e meio e dois metros e meio.
Ø Silagem: A silagem é o capim, a alfafa ou o milho cortados verde e colados para armazenar bem compactados, em um ambiente anaeróbico (sem oxigênio), o que acarreta um processo de fermentação que permite armazenar este volumoso por um período longo, mantendo-se as características nutricionais semelhantes ao alimento fresco. Contrário ao que muitos pensam, uma silagem pode ser um ótimo alimento para o cavalo. É claro que esta deve ser de ótima qualidade, quer seja de alfafa, milho ou mesmo de capim. Ela possui ótimos níveis energéticos, oferecendo ainda proteína, vitaminas e minerais (assim como outros volumosos). Não deve ser o único alimento volumoso a ser oferecido ao cavalo, mas pode ser até 50% de sua dieta de fibras. Alguns animais rejeitam a silagem em um primeiro momento, mas assim que se acostumam com o sabor, passam a consumi-la sem maiores problemas. Devemos ter apenas um cuidado no momento do fornecimento, pois a quantidade de silagem a ser oferecida ao animal deve ser proporcional ao que este vai ingerir nas próximas 2 horas, pois, após este tempo, ela adquire um sabor e odor que o cavalo passa a rejeitar, não ficando própria para o consumo.
v ÁGUA: Fresca, Limpa e Potável
Deve-se ter sempre à disposição do animal água fresca, jamais gelada devido aos riscos de cólicas que esta pode ocasionar. Deve também estar sempre limpa, evitando-se as águas barrentas que podem causar distúrbios digestivos pelo acúmulo da terra dentro do aparelho digestivo do cavalo.
O consumo de água para um cavalo em repouso está em torno de 25 a 70 ml/kg/dia, o que daria uma variação de 12 a 35 litros diários, dependendo das condições climáticas, ambientais e de variações individuais.
Pode-se ainda calcular a necessidade de água pelo animal através de sua necessidade energética, onde a necessidade hídrica é semelhante à energética (esta medida em mcal - megacaloria). Por exemplo, um animal em manutenção necessita de 3,3 mcal (ou 3.300 kcal) por 100 kg; isto nos daria uma necessidade de 3,3 litros de água por 100 kg, ou 16,5 litros de água por dia para um cavalo de 500 kg de peso em manutenção.
Se fosse um animal de trabalho médio (fazenda, rodeio, salto, corrida de obstáculos), com necessidade energética na faixa de 4,95 mcal/100 kg de peso, teríamos uma necessidade de água na faixa de 25 litros diários, sempre dependendo das condições climáticas e variações individuais.
A necessidade hídrica do animal deve variar com a quantidade perdida pelo organismo do animal e também pelo tipo de alimento que o cavalo consumir (por exemplo, com feno a exigência de água é maior).
Em éguas em lactação estas exigências são maiores podendo dobrar.
Nos casos de animais de esporte e trabalho, estas exigências podem passar de 3 a 4 vezes a necessidade de manutenção, dependendo do porte do animal, do clima, da intensidade do trabalho e da natureza da alimentação.
Uma deficiência no aporte de água para o animal pode ter efeitos graves. Inicia-se por uma diminuição do consumo de alimentos secos (ração e feno), e logo a seguir, ocorre uma perda da capacidade física com redução das atividades.
Podem ocorrer ainda quadros de cólicas e impactações intestinais. Em locais mais quentes, uma privação de água por 72 horas, reduz o peso corporal em até 15%.
v COMPLEMENTAÇÃO MINERAL
Esta também é de fundamental importância para suprir as necessidades básicas do cavalo, que são relativamente elevadas com relação aos minerais. Estes devem ser oferecidos de maneira equilibrada, através de sais minerais de empresas idôneas e à vontade, num cocho à parte.
Uma suplementação extra dos minerais pode ser oferecida desde que com os minerais adequados e em equilíbrio.
Em condições normais, para um animal saudável, não há necessidade do fornecimento extra de um mineral específico, desde que seja alimentado com volumosos e alimentos com equilíbrio correto de minerais.
André Galvão Cintra
Consultoria Nutricional Eqüina
Médico Veterinário
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