Embocadura do Cavalo
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Modo de ação
- Basicamente, o modo de ação do bridão difere daquele do freio
convencional, porque não há o efeito alavanca. A pressão principal é a do
bocal sobre as barras, comissuras labiais e língua. Como o bocal é
articulado, a ação torna-se mais branda, daí ser uma embocadura indicada
para o Home da doma de sela. Quando as rédeas são acionadas, as argolas (ou
olhais, dependendo do modelo) deslocam-se no sentido do movimento da montaria
(esquerda, direita ou par trás), pressionando o bocado nos pontos de
controle. A língua sofrerá uma pressão considerável se os olhais da
articulação central do bocal forem grandes, duplos, ou se o próprio bocal
é fino.
A ação do
bridão é mais no sentido de forçar o cavalo a manter sua cabeça em uma
posição mais alta, ao contrário da ação do freio convencional, que força
um posicionamento mais baixo da cabeça, transferindo pressão sobre a nuca.
Em um bridão de modelo básico não se usa barbela, pois esse efeito afeta a
ação lateral articulada do bridão sobre as barras e comissuras labiais. O
peso do bridão também tem relação com seu modo de ação. Nos modelos de
bocal oco, o peso é menor, em torno de 300 gramas, porém é um bridão de
pouca durabilidade, como já foi dito. Já o ferro maciço aumenta o peso para
mais de 400 gramas, enquanto os de aço inoxidável têm peso em torno de 350
gramas.
Grau de
severidade - Quanto mais grosso o bocal, mais branda será a ação, e
vice-versa. Como medidas de referência, bocais de espessura superior a 1,5 cm
exercem uma ação mais branda; entre 1,0 e 1,5 cm, uma ação moderadamente
severa e abaixo de 1,0, uma ação severa. Para cavalos de marcha não são
recomendados de ação severa, sendo que o modelo ideal de bridão é aquele
de olhais em forma de D, com hastes, chamado de bridão "D agulha".
Nesse modelo, o olhal não entra na boca, principalmente durante a fase
inicial da doma de sela, além das hastes servirem de apoio nas laterais do
chanfro e do mento, aumentando a pressão sobre os pontos de controle do bridão
- barras, comissuras labiais e língua. Uma outra vantagem desse tipo de bridão
é que dispensa o uso de borrachas protetoras.
Mesmo com
essa recomendação do tipo ideal de bridão para uso em cavalos de marcha,
lembre-se que existem variações de sensibilidade entre indivíduos, além
das diferentes atividades eqüestres. Assim, um bridão mais severo é
indicado para atividades que forçam movimentos mais reunidos e para cavalos
de boca menos sensível. São freqüentes os casos de cavalos que adquirem
calosidades nos pontos de controle da embocadura, devido ao uso da violência,
ou mesmo de uma embocadura incorreta. Já um bridão mais brando, é
recomendado para cavalos de boca sensível.
O freio
convencional é constituído por duas hastes (ou pernas) laterais, o bocal
inteiriço, geralmente em curva e a barbela (corrente), que se prende às duas
hastes. A curvatura é denominada de lingueta ou passador de língua, variando
de altura e na forma, que pode ser: em meia - lua invertida, V ou U, também
invertido. O posicionamento correto do bocal na boca é sempre sobre a língua,
caso contrário provocará incômodo persistente e ferimentos. Cada uma das
hastes liga-se às faceiras da cabeçada, através de uma argola fixa em sua
parte superior, denominada de olhal, onde também se prende a barbela, através
de um pequeno gancho. E na parte inferior, cada uma das hastes tem uma argola
móvel, por onde se ligam as rédeas.
O modo de ação
do freio convencional é de fácil compreensão. As hastes funcionam como duas
alavancas, cujos pontos de apoio são as suas junções com o bocal. As hastes
são acionadas pelas rédeas, que forçam o bocal sobre o palato (céu da
boca). Simultaneamente, a barbela pressiona o mento, travando o bocal no
palato. O cavalo também sente o contato das laterais do bocal nas comissuras
labiais e sobre as barras em ambos os lados da boca. As barras são áreas
ausentes de dentes, revestidas apenas de mucosa, situando-se entre os dentes
molares e os dentes incisivos. A rigidez das barras varia entre raças e indivíduos.
Em sínteses,
o freio convencional atua direta ou indiretamente sobre 6 (seis) pontos de
controle da locomoção do eqüino. Diretamente, como foi abordado, atua sobre
os lábios, as barras, o palato e o mento. Indiretamente, atua sobre a nuca
(com o auxilio da cabeçada) e sobre o chanfro (com o auxílio da focinheira).
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