Preocupação com a seca limita festas juninas nas principais cidades da Paraíba
19 de Maio de 2013
Com orçamentos que juntos ultrapassam os R$ 13,8 milhões, as principais festas juninas realizadas do Litoral ao Sertão da Paraíba deverão movimentar mais de R$ 35,5 milhões na economia do Estado. Apesar das cifras elevadas, boa parte dos municípios do semi-árido paraibano decidiu cortar os gastos e cancelar as festas juninas por causa da seca que assola a região.
A realidade é diferente nos maiores municípios do Estado, que contam com maior apoio da iniciativa privada. Os festejos de João Pessoa, Campina Grande, Monteiro, Patos e Sousa vão gerar aproximadamente 20 mil empregos diretos e indiretos. Somente em Campina, o ‘Maior São João do Mundo’, que acontece de 07 de junho a 07 de julho, espera arrecadar R$ 25 milhões em renda para a economia local, aumentando em até 15% as vendas no comércio, segundo uma estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
Orçada em R$ 8 milhões (maior parte sendo de patrocinadores), a prefeitura de Campina informou que o evento deve gerar até 10 mil empregos diretos e indiretos. “Essa festa aquece o comércio local e esperamos um aumento de até 15% nas vendas em comparativo ao mês de junho do ano passado. A venda de roupas, calçados e eletrodomésticos lideram o ranking de procura dos consumidores e não é difícil encontrar estabelecimentos onde as vendas crescem até 80%”, declarou o presidente da CDL-CG, Tito Motta.
Em João Pessoa, onde serão investidos R$ 2,7 milhões nas comemorações juninas (de 21 a 29 de junho), a CDL espera um crescimento de 10% no comércio, que também será impulsionado pelo Dia dos Namorados. Para motivar os consumidores, uma das estratégias é recorrer à ornamentação dos estabelecimentos em alusão às duas datas. “Estamos trabalhando junto aos comerciantes para que façam a ornamentação das lojas para motivar ainda mais os consumidores. Festas como o São João são boas para todos os segmentos da economia, mas especialmente para as empresas que trabalham com vestuário e alimentação, além da rede hoteleira”, avaliou o presidente da CDL-JP, Eronaldo Maia.
No Cariri, a cidade de Monteiro polariza outros 10 municípios e espera reunir até 100 mil pessoas de 23 a 27 de junho. Com orçamento de R$ 150 mil, a programação conta com dez artistas. A Secretaria de Turismo da cidade estima que 800 empregos diretos e indiretos sejam gerados durante o evento, que deverá movimentar mais de R$ 500 mil em negócios.
No Sertão paraibano, as atenções são voltadas para as festas do São João de Patos (considerada a segunda maior do Estado) e de Sousa. Na ‘Morada do Sol’ o evento está orçado em R$ 2 milhões, via captação de recursos da Lei Rouanet e auxílio da iniciativa privada. O evento será aberto no ‘Terreiro do Forró’ no dia 19 de junho e se encerra no dia 23 do mesmo mês. A previsão é de que o evento movimente aproximadamente R$ 8 milhões e gere uma média de 3,5 mil empregos diretos e indiretos. Serão 25 atrações, entre elas Chiclete com Banana e Bruno e Marrone que apresentarão mais de 40 horas de shows. A expectativa é de que mais de 500 mil forrozeiros visitem o local.
Em Sousa, a festa orçada em R$ 1 milhão reúne 16 atrações musicais, entre elas a dupla Cesar Menotti e Fabiano. Serão 40 horas de animação que terão início a partir do dia 20 de junho. Até o encerramento da festa, no dia 23 de junho, a organização espera receber 150 mil pessoas. “Esperamos que o evento movimente até R$ 2 milhões. Em média a festa emprega diretamente mil pessoas, até as datas dos shows, mas indiretamente chega a três mil empregos”, informou Harlinho Marques, secretário de Turismo do município.
No Agreste, o destaque é a 30º edição do Maior São João do Mundo, em Campina Grande. O desafio dos foliões é encarar as 1,2 mil horas de forró através das 110 apresentações musicais agendadas para o Arraial Hilton Motta, o palco principal do Parque do Povo. Entre as atrações estão o cantor Gilberto Gil, a paraibana Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho e as bandas de forró estilizado Aviões do Forró e Garota Safada. As famosas ‘ilhas de forró’ serão animadas nos 30 dias de festas por mais de 120 trios.
Santa Luzia sem verbas
O município de Santa Luzia, onde a festa junina completa 70 anos de tradição, os festejos não estão confirmados por falta de verbas. De acordo com o planejamento inicial, a festa deveria ter cinco dias de programação com 40 horas de shows em praça pública, comandado por 14 atrações.
“Na realidade o São João está sendo viabilizado ainda, o município não tem como fazer a festa. Será algo muito pequeno e a maior atração terá um cachê máximo de R$ 20 mil. Estamos enfrentando muitas dificuldades e a cidade não tem condições de fazer a festa sozinha”, disse o prefeito José Ademir Pereira de Morais. Outras cidades que mantém a tradição dos festejos juninos, como Solânea, Taperoá, Cajazeiras e Esperança, não fizeram a divulgação das atrações ou confirmaram a realização das festas.
O prefeito de Ouro Velho, Inácio Júnior, também suspendeu a festa de São João do município. O cancelamento dos festejos juninos se deu por conta da seca que atinge todo o município e região. O município decretou estado de emergência em razão da escassez de chuva. Agricultores já chegaram a vender mais de 60% do rebanho de bovinos, caprinos e ovinos. A festa do São João de Ouro , aconteceria nos dias 15,16 e 17 de Junho em Praça Pública e tinha como uma das atrações confirmadas o cantor Alcymar Monteiro .
Alta de 65% nos hotéis
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado da Paraíba (ABIH-PB) prevê uma ocupação de 65% dos leitos na Capital durante as festas juninas – neste mês o índice é de 49%. De acordo com o presidente da entidade, Inácio Júnior, a perspectiva para o São João deste ano é a mesma em relação ao ano passado, apesar do investimento da Prefeitura de João Pessoa na programação deste ano.
Na avaliação do representante do segmento, a Capital ainda precisa se consolidar no calendário das festividades juninas do Nordeste para aumentar consideravelmente o fluxo de turistas na cidade durante o mês de junho. “A programação do São João foi lançada este mês e muitos turistas já tinham a programação definida antes disso. Os resultados desses investimentos no São João da Capital devem ser refletidos nos próximos anos, quando a festa estará mais conhecida”, disse Inácio.
A previsão mais contida da ABIH-PB para a Capital também é reflexo do momento econômico vivido pelo País, segundo o presidente da entidade. “O ano de 2012 foi muito bom e 2013 está um pouco abaixo por causa da condição econômica e a alta inflação. E isso não vem acontecendo apenas na Paraíba, mas no Nordeste como um todo”, avaliou.
Segundo o gerente de vendas da Luck Receptivo, Fábio Dutra, o número de clientes no mês de junho só não é maior do que durante a alta temporada, entre janeiro e fevereiro. “Em junho recuperamos os turistas que perdemos por causa do inverno. Esperamos que aproximadamente 3 mil pessoas participem dos passeios saindo de João Pessoa no próximo mês”, disse Dutra, ressaltando que após as comemorações juninas o número de clientes deve cair pela metade.
Saindo de João Pessoa, o destino mais procurado nas empresas de receptivo é Campina Grande, que custa, em média, R$ 120 partindo no final da tarde e voltando para a Capital na madrugada – o chamado “bate-volta”. Assim como fazem os lojistas, a ideia também é inserir os clientes no clima do São João. Para isso, os ônibus que transportam os clientes possuem até trio pé-de-serra e serviço de bordo com comidas típicas.
VITRINE DO CARIRI
CP
Com orçamentos que juntos ultrapassam os R$ 13,8 milhões, as principais festas juninas realizadas do Litoral ao Sertão da Paraíba deverão movimentar mais de R$ 35,5 milhões na economia do Estado. Apesar das cifras elevadas, boa parte dos municípios do semi-árido paraibano decidiu cortar os gastos e cancelar as festas juninas por causa da seca que assola a região.
A realidade é diferente nos maiores municípios do Estado, que contam com maior apoio da iniciativa privada. Os festejos de João Pessoa, Campina Grande, Monteiro, Patos e Sousa vão gerar aproximadamente 20 mil empregos diretos e indiretos. Somente em Campina, o ‘Maior São João do Mundo’, que acontece de 07 de junho a 07 de julho, espera arrecadar R$ 25 milhões em renda para a economia local, aumentando em até 15% as vendas no comércio, segundo uma estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
Orçada em R$ 8 milhões (maior parte sendo de patrocinadores), a prefeitura de Campina informou que o evento deve gerar até 10 mil empregos diretos e indiretos. “Essa festa aquece o comércio local e esperamos um aumento de até 15% nas vendas em comparativo ao mês de junho do ano passado. A venda de roupas, calçados e eletrodomésticos lideram o ranking de procura dos consumidores e não é difícil encontrar estabelecimentos onde as vendas crescem até 80%”, declarou o presidente da CDL-CG, Tito Motta.
Em João Pessoa, onde serão investidos R$ 2,7 milhões nas comemorações juninas (de 21 a 29 de junho), a CDL espera um crescimento de 10% no comércio, que também será impulsionado pelo Dia dos Namorados. Para motivar os consumidores, uma das estratégias é recorrer à ornamentação dos estabelecimentos em alusão às duas datas. “Estamos trabalhando junto aos comerciantes para que façam a ornamentação das lojas para motivar ainda mais os consumidores. Festas como o São João são boas para todos os segmentos da economia, mas especialmente para as empresas que trabalham com vestuário e alimentação, além da rede hoteleira”, avaliou o presidente da CDL-JP, Eronaldo Maia.
No Cariri, a cidade de Monteiro polariza outros 10 municípios e espera reunir até 100 mil pessoas de 23 a 27 de junho. Com orçamento de R$ 150 mil, a programação conta com dez artistas. A Secretaria de Turismo da cidade estima que 800 empregos diretos e indiretos sejam gerados durante o evento, que deverá movimentar mais de R$ 500 mil em negócios.
No Sertão paraibano, as atenções são voltadas para as festas do São João de Patos (considerada a segunda maior do Estado) e de Sousa. Na ‘Morada do Sol’ o evento está orçado em R$ 2 milhões, via captação de recursos da Lei Rouanet e auxílio da iniciativa privada. O evento será aberto no ‘Terreiro do Forró’ no dia 19 de junho e se encerra no dia 23 do mesmo mês. A previsão é de que o evento movimente aproximadamente R$ 8 milhões e gere uma média de 3,5 mil empregos diretos e indiretos. Serão 25 atrações, entre elas Chiclete com Banana e Bruno e Marrone que apresentarão mais de 40 horas de shows. A expectativa é de que mais de 500 mil forrozeiros visitem o local.
Em Sousa, a festa orçada em R$ 1 milhão reúne 16 atrações musicais, entre elas a dupla Cesar Menotti e Fabiano. Serão 40 horas de animação que terão início a partir do dia 20 de junho. Até o encerramento da festa, no dia 23 de junho, a organização espera receber 150 mil pessoas. “Esperamos que o evento movimente até R$ 2 milhões. Em média a festa emprega diretamente mil pessoas, até as datas dos shows, mas indiretamente chega a três mil empregos”, informou Harlinho Marques, secretário de Turismo do município.
No Agreste, o destaque é a 30º edição do Maior São João do Mundo, em Campina Grande. O desafio dos foliões é encarar as 1,2 mil horas de forró através das 110 apresentações musicais agendadas para o Arraial Hilton Motta, o palco principal do Parque do Povo. Entre as atrações estão o cantor Gilberto Gil, a paraibana Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho e as bandas de forró estilizado Aviões do Forró e Garota Safada. As famosas ‘ilhas de forró’ serão animadas nos 30 dias de festas por mais de 120 trios.
Santa Luzia sem verbas
O município de Santa Luzia, onde a festa junina completa 70 anos de tradição, os festejos não estão confirmados por falta de verbas. De acordo com o planejamento inicial, a festa deveria ter cinco dias de programação com 40 horas de shows em praça pública, comandado por 14 atrações.
“Na realidade o São João está sendo viabilizado ainda, o município não tem como fazer a festa. Será algo muito pequeno e a maior atração terá um cachê máximo de R$ 20 mil. Estamos enfrentando muitas dificuldades e a cidade não tem condições de fazer a festa sozinha”, disse o prefeito José Ademir Pereira de Morais. Outras cidades que mantém a tradição dos festejos juninos, como Solânea, Taperoá, Cajazeiras e Esperança, não fizeram a divulgação das atrações ou confirmaram a realização das festas.
O prefeito de Ouro Velho, Inácio Júnior, também suspendeu a festa de São João do município. O cancelamento dos festejos juninos se deu por conta da seca que atinge todo o município e região. O município decretou estado de emergência em razão da escassez de chuva. Agricultores já chegaram a vender mais de 60% do rebanho de bovinos, caprinos e ovinos. A festa do São João de Ouro , aconteceria nos dias 15,16 e 17 de Junho em Praça Pública e tinha como uma das atrações confirmadas o cantor Alcymar Monteiro .
Alta de 65% nos hotéis
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado da Paraíba (ABIH-PB) prevê uma ocupação de 65% dos leitos na Capital durante as festas juninas – neste mês o índice é de 49%. De acordo com o presidente da entidade, Inácio Júnior, a perspectiva para o São João deste ano é a mesma em relação ao ano passado, apesar do investimento da Prefeitura de João Pessoa na programação deste ano.
Na avaliação do representante do segmento, a Capital ainda precisa se consolidar no calendário das festividades juninas do Nordeste para aumentar consideravelmente o fluxo de turistas na cidade durante o mês de junho. “A programação do São João foi lançada este mês e muitos turistas já tinham a programação definida antes disso. Os resultados desses investimentos no São João da Capital devem ser refletidos nos próximos anos, quando a festa estará mais conhecida”, disse Inácio.
A previsão mais contida da ABIH-PB para a Capital também é reflexo do momento econômico vivido pelo País, segundo o presidente da entidade. “O ano de 2012 foi muito bom e 2013 está um pouco abaixo por causa da condição econômica e a alta inflação. E isso não vem acontecendo apenas na Paraíba, mas no Nordeste como um todo”, avaliou.
Segundo o gerente de vendas da Luck Receptivo, Fábio Dutra, o número de clientes no mês de junho só não é maior do que durante a alta temporada, entre janeiro e fevereiro. “Em junho recuperamos os turistas que perdemos por causa do inverno. Esperamos que aproximadamente 3 mil pessoas participem dos passeios saindo de João Pessoa no próximo mês”, disse Dutra, ressaltando que após as comemorações juninas o número de clientes deve cair pela metade.
Saindo de João Pessoa, o destino mais procurado nas empresas de receptivo é Campina Grande, que custa, em média, R$ 120 partindo no final da tarde e voltando para a Capital na madrugada – o chamado “bate-volta”. Assim como fazem os lojistas, a ideia também é inserir os clientes no clima do São João. Para isso, os ônibus que transportam os clientes possuem até trio pé-de-serra e serviço de bordo com comidas típicas.
VITRINE DO CARIRI
CP
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