Grupo de mulheres refaz caminho de Anita Garibaldi em cavalgadas no RS
Instituto relembra história da guerreira da Revolução Farroupilha.
Descendente da heroína visitou estado para conhecer as raízes.
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Elma Sant'Ana (centro) ao lado das mulheres do Instituto Anita Garibaldi (Foto: Arquivo Pessoal)
A figura do gaúcho, normalmente lembrada pelo homem do campo vestido
com roupas típicas, é desmistificada por um grupo de mulheres no Rio Grande do Sul.
Mais de 100 gaúchas participam do Instituto Anita Garibaldi, realizando
cavalgadas, encontros e palestras sobre a história da heroína da Guerra
dos Farrapos. Mas ao contrário do tradicionalismo, ali não é permitido
usar vestido ou se caracterizar como “prenda”.“Percorremos os lugares históricos de Anita. Temos mulheres nos mais variados segmentos culturais, políticos. Antigamente tínhamos sempre as mulheres que desfilavam com vestido de prenda, era a esposa do tradicionalista, a irmã, a mãe. Nosso desfile é de mulheres”, explicou a historiadora Elma Sant’Ana ao G1, autora de mais de 30 livros sobre a participação da figura feminina no estado.
Com indumentária gaúcha, mulheres recusam usar
vestido de prenda (Foto: Arquivo Pessoal)
Anita Garibaldi é lembrada pelo espírito guerreiro, característica
essencial para entrar para o grupo. “Para ser uma Anita é preciso ter o
espirito dela, ser guerreira, audaciosa. São pessoas que tomam decisões,
que gostam da história”, resume Elma.vestido de prenda (Foto: Arquivo Pessoal)
Com túnicas brancas, bombachas azul-marinho e botas pretas, as mulheres também têm a indumentária típica, de acordo com a historiadora e líder do grupo. “Anita não se vestia de prenda. Até porque o vestido é muito perigoso na cavalgada, pode enroscar”.
No último mês, o grupo teve a oportunidade de conhecer a tataraneta de Anita, Costanza Samuelli Ferreti, que veio ao Rio Grande do Sul direto da Itália. “Visitamos escolas em Mostardas e ela conversou com os alunos”, lembrou Elma. A descendente da guerreira visitou municípios do estado e foi até o local onde nasceu o filho da matriarca, seu bisavô, Menotti Garibaldi.
Durante a Semana Farroupilha, programações ao longo do estado estão sendo organizadas. Além de exposições itinerantes, as mulheres pretendem participar dos desfiles em suas cidades. “Não somos tradicionalistas, apesar de adorarmos a tradição. Mas algumas participam de CTG também”, revela Elma. A ideia é que neste ano Porto Alegre ganhe uma sede fixa para o Instituto, local em que será montado um museu com a trajetória das mulheres importantes do estado.
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